Congresso de Viena
Em 1814, após tantas investidas sem resultado definitivo, as
monarquias europeias finalmente conseguiram abater as hábeis tropas que
garantiam o controle de Napoleão sobre a Europa. O carisma e o talento militar
do general Bonaparte eram capazes de fazer com que as tropas francesas tivessem
a capacidade de vencer batalhas que pareciam estar completamente perdidas. De
fato, foi por meio desses e outros recursos que o exército francês conseguira
tomar vários dos Estados absolutistas do Velho Mundo.
Santa Aliança: a união dos monarcas europeus contra os levantes inspirados na Revolução Francesa
Assim que o Império Napoleônico ruiu, as grandes potências
se reuniram no Congresso de Viena para reorganizar o mapa político da Europa.
Surgiu a Santa Aliança organização que tinha por objetivo conter a difusão da
revolução liberal (burguesa), semeada por Napoleão.
Espanha e Portugal faziam parte do acordo, por isso a Santa
Aliança tinha o direito de intervir nas colônias desses países caso elas
tentassem libertar-se. Na própria Europa, os exércitos internacionais da
organização contiveram numerosas rebeliões.
Império Napoleônico-A Europa redesenhada
Naquela época, tendo o mapa político europeu alterado por
todas essas batalhas e conquistas, coube às grandes potências monárquicas
reorganizar os governos da Europa. Dessa forma, representantes de países como
Rússia, Prússia, Inglaterra, Áustria e a própria França se reuniram para
resolver questões de fronteira e determinar a legitimidade dos governos que
assumiram cada um dos Estados Nacionais. Mas seriam apenas essas as preocupações
que motivaram tal reunião?
O Congresso de Viena ocorreu de 1° de outubro de 1814 a 9 de
junho de 1815, período posterior à derrota da França de Napoleão. O restabelecimento da ordem na França e a
busca da paz comum no velho continente foram também os principais objetivos do
congresso.
Na verdade, os participantes do Congresso de Viena tinham
preocupação com a situação e os direitos dos reis na Europa pós-Napoleônica. A
disseminação do ideário liberal e o próprio sucesso da Revolução Francesa eram
indícios inegáveis de que o poder absolutista não poderia mais se comportar da
mesma forma. Foi por isso que, até os estadistas mais conservadores,
reconheciam a urgência de se criar constituições que abrissem caminho para a
existência de direitos políticos e sociais mais amplos.
A primeira medida de impacto tomada pelo congresso foi
conceder o governo da França para Luís XVIII, irmão do rei Luís XVI, que havia
sido guilhotinado durante a experiência revolucionária francesa. Além disso, o
governo francês perdeu todos os territórios conquistados pelos seus exércitos e
foi obrigado a pagar uma pesada indenização para as nações prejudicadas pelas
invasões napoleônicas. Enquanto a dívida não fosse quitada, os exércitos
absolutistas europeus continuariam na França.
Com relação aos demais países afetados pela revolução, os
principais dirigentes absolutistas decidiram adotar o princípio de
legitimidade. Segundo essa diretriz, todas as dinastias que reinavam na Europa
antes da Revolução Francesa teriam o governo e seus territórios reintegrados.
Contudo, aproveitando o prestígio político alcançado pela vitória contra
Napoleão, os representantes ingleses, russos, austríacos e prussianos
conquistaram o direito de dominar territórios fora da Europa. Tal medida
serviria como uma recompensa aos serviços prestados em defesa das monarquias
europeias.
Outra medida envolvendo os esforços de Rússia, Prússia e
Áustria, foi a criação da Santa Aliança, um pacto de natureza política e
militar que visava defender as medidas adotadas no Congresso de Viena. Nesse
sentido, o exército formado a partir desse acordo tinha como função combater
levantes liberais e preservar a autoridade dos governos europeus sobre as suas
colônias.
Por conta dessa última diretriz, a Inglaterra não aderiu às
forças da Santa Aliança. Tal recusa se justificava no interesse britânico em
manter relações comerciais próximas com as nações americanas que tinham alçado
sua independência. Por fim, a Santa Aliança acabou não alcançando o êxito
esperado por causa dos vários levantes liberais que tomaram o Velho Mundo no
século XIX e a incapacidade de frear o processo emancipatório que tomava conta
do continente americano.
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