Revolução de 1930
Revolução de 1930 é o
nome do movimento (erroneamente identificado como revolução, tendo
características mais semelhantes às de um golpe de estado) que pôs fim à Primeira
República Brasileira, conhecida popularmente como "República Velha"
ou "República do Café com Leite".
O movimento de 30
insere-se num contexto social e econômico de grande apreensão, não só dentro
das fronteiras brasileiras, mas no mundo todo. Com a quebra da Bolsa de Nova
Iorque ocorrida em outubro de 1929, inicia-se uma crise econômica de escala
mundial, esmagando todas as economias com alguma participação nos mercados
internacionais, caso do Brasil e suas exportações de café. É nesse momento que
chega a um triste fim a irracional ligação do Brasil com a cultura cafeeira.
Além de não ser um gênero de primeira necessidade na dieta de qualquer
indivíduo (na verdade, consumido como uma sobremesa nos EUA e Europa), o café
ocupava a esmagadora maioria das terras cultiváveis do país, impedindo uma
diversidade das suas exportações.
Havia uma óbvia
teimosia por parte das elites em redirecionar e modernizar a política econômica
brasileira. Além disso, o regime mostrava sinais de desgaste devido às várias
revoltas militares ocorridas durante o governo Artur Bernardes (1922-1926).
Eleito com a ajuda das oligarquias, ele era claramente impopular perante a
opinião pública.
Artur Bernardes (1922-1926)
Para as eleições de
março de 1930, houve um racha entre as elites políticas de São Paulo e Minas
Gerais, que dominavam os rumos do país quase que desde a instituição da
República. Ante a insistência do presidente Washington Luís em lançar como
candidato o seu apadrinhado político, o paulista Júlio Prestes em detrimento
daquele programado para a sucessão, Antonio Carlos de Andrada, surge pela
primeira vez no período republicano um cenário onde a oposição tinha
verdadeiras chances de vitória, com a formação da Aliança Liberal, unindo as
oligarquias de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba.
Júlio Prestes candidato de Washington Luís
Antonio Carlos de Andrada
Sob a bandeira da
Aliança Liberal, são lançados Getúlio Vargas e João Pessoa, candidatos a
presidente e vice-presidente respectivamente. Mais uma vez a fraude eleitoral grassa
durante o processo eleitoral (feita por ambos os lados), e novamente a situação
leva a melhor, elegendo Júlio Prestes presidente.
A situação econômica
insustentável, porém, ia se unir ao estranho assassinato do candidato à vice
presidência da Aliança Liberal, João Pessoa, envolvido num caso de lutas políticas
regionais misturadas a um crime passional. Seu assassinato passa a ser visto e
alardeado como manobra do governo para calar qualquer opositor.
Assim estoura a revolta
militar, partindo do sul, com o objetivo de derrubar o regime. Junto ao café, a
classe que dava apoio ao governo dissolve-se na fumaça das sacas de café
queimadas com a finalidade de baixar os preços do produto.
O governo, impopular
perante as massas, cai facilmente. Getúlio Vargas assume o poder em caráter
provisório a 3 de novembro de 1930. As classes que apareciam logo abaixo dos
barões do café, como militares, classe média e operária são alçados à ponta da
pirâmide social brasileira. De qualquer modo, a orientação política desses
indivíduos não diferia o bastante para que houvesse uma mudança de rumos
drástica na condução do país, descaracterizando assim, por completo, o termo
"revolução".
Getúlio Vargas
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