A conquista dos
indígenas pelos europeus
Antes da chegada dos
europeus, havia no continente americano mais de três mil nações indígenas.
Apesar de Colombo ter chamado de “índios” os habitantes da América na época da
conquista, por trás desse nome genérico encontrava-se sociedades e culturas
diferentes.
Os aruaques, jês e tupis guaranis (do atual
Brasil), os caraíbas (das atuais Antilhas), os patagônios e araucanos (do sul
do continente) e os Iroqueses e Sioux (da América do norte) praticavam a caça a
pesca e a coleta, além de dominarem técnicas agrícolas, utilizavam utensílios e
instrumentos de pedra e madeira e, mais raramente de metal, deslocavam-se
periodicamente em busca de recursos necessário á sua sobrevivência e
organizavam-se em grupos ligados por parentescos.
Outros povos como, os maias os astecas e os
incas, desenvolveram sociedades com técnicas agrícolas mais elaboradas e um
governo centralizado (com exceção dos maias que se organizaram em
cidades-estados); criaram sistemas próprias de escritas (excetos os incas) e
tinham conhecimento sobre a arquitetura, matemática e astronomia.
Violência física
As armas dos
conquistadores europeus eram superiores á dos povos indígenas da América. Essa
superioridade verificou-se no uso da pólvora, do cavalo e do aço.
Com armas de fogo
(mosquete, arcabuz, canhão), os conquistadores espanhóis e portugueses evitavam
o combate corpo a corpo, além disso, a explosão provocada por essas armas, desconhecidas
dos povos indígenas, causava-lhes enorme susto, também desconheciam e temiam os
cavalos, que permitiam aos conquistadores espanhóis grande mobilidade durante
os combates. No principio da conquista as indígenas supunham que cavaleiro e
cavalo fossem inseparáveis
As armas feitas de aço
(espadas, lanças, punhais, escudos, alabardas), por serem resistentes davam aos
conquistadores mais recursos de luta. Já as principais armas empregadas pelos
indígenas eram arcos, flechas envenenadas pedras, lanças machados e atiradeiras
de pedras.
Entretanto somente a
superioridade do armamento europeu não explica a vitória dos conquistadores
espanhóis e portugueses sobre os nativos americanos, afinal, os indígenas eram
numericamente superiores chegando a representar, em certos, combates, cerca de
500 a 1000 índios para cada europeu.
Outro elemento
significativo na destruição dos povos indígenas foram as doenças contagiosas,
sarampo, coqueluche, varíola, malária e gripe. Essas doenças, nem sempre
transmitida de forma deliberada pelos europeus era em geral, letais para os
indígenas que não tinham resistência imunológica contra elas. Espalhando-se
rapidamente provocavam epidemias matando milhares deles.
Os indígenas sofriam
duplo impacto (físico e psicológico), pois muitas vezes suponham, que quando
contaminados por doenças estavam sendo castigados por seus deuses. Desse modo,
entregavam-se ao um sentimento de apatia (cansaço, derrota)
Além da violência
diretamente cometida pelos europeus, alguns historiadores lembram outro
elemento que contribuiu para a conquista: os conflitos internos.
Na América espanhola a
relação de diferentes povos caracterizava-se por muitas vezes pela opressão
social. Incas maias e astecas submetiam pela força outros povos vizinhos
exigindo pagamento de pesados tributos e prestação de serviços, esses povos
pareceram, ter festejado, a principio, a chegada dos espanhóis e passaram a
colaborar com ele na luta contra seus opressores americanos. Na América
portuguesa (Brasil) também havia muitos conflitos entre os diferentes povos
indígenas os portugueses souberam tirar proveitos desses conflitos, estabelecendo
alianças com alguns grupos.
Outras formas de
violência
Os europeus impuseram
aos povos americanos costumes que afetaram profundamente a sobrevivência de
suas comunidades.
Na América espanhola e
na América portuguesa, populações indígenas inteiras foram removidas de suas
regiões de origem para trabalhar como escravos para os conquistadores. Fora de
seu meio natural, sofreram com as mudanças no tipo de alimentação e no tipo de
trabalho. A organização social e produtiva indígena foi desestruturada.
O ato simbólico de
fincar a cruz católica na América, marcando a posse da terra em nome dos reis
europeus, assinalava também o início da conquista cultural dos indígenas.
De modo geral
religiosos e conquistadores associavam-se para dominar os povos indígenas. A
ação evangelizadora católica (a convenção aos evangelhos por meio da pregação
por religiosos) centrou-se na catequese (ensino religioso católico romano), o
batismo das crianças, em sua educação cristã e na convenção dos líderes
indígenas.
Para tornar mais
eficientes seus esforços de conversão junto aos indígenas os jesuítas criaram
aldeamentos, a partir de 1550 na América portuguesa segundo os padres esses
aldeamentos também tinham a finalidade de proteger os índios da escravização promovida pelos os colonos
A vida nas aldeias
jesuíticas causou profundas modificações nas organizações sociais e na vida
espiritual dos índios. Eles eram forçados a abandonar as suas aldeias que
estavam habituados para ficarem nos aldeamentos temporários, onde aprendiam a
doutrina católica, eram batizados ganhavam nomes cristãos e eram colocados à
disposição da coroa e dos colonos para prestar serviços, entretanto, esses
aldeamentos proporcionaram também o reagrupamento de sociedades fragmentadas e
o resgate de identidades ameaçadas. As frequentes fugas individuais e coletivas
as revoltas esporádicas e principalmente, a resistência ao trabalho imposto
pelos colonizadores caracterizaram a reação indígenas ao aldeamento.
Diante da dificuldade
de convencer o indígena adulto a aceitar a nova doutrina religiosa os padres
dedicavam-se principalmente, á crianças. Empenhavam-se na fundação de colégios
de meninos, onde eram ensinados os valores europeus e as crenças católicas.
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