O surgimento do Universo.
Existem várias explicações sobre a origem do Universo.
Há, sobre esse assunto, as explicações religiosas e as científicas. Trataremos
aqui da visão científica,
ou seja, de como os cientistas procuram explicar os fenômenos que observam no
Universo. Não se sabe ao certo, mas os cientistas calculam que o Universo
tenha começado a existir há cerca de 15 bilhões de anos. Parece impossível
afirmar uma coisa dessas -15 bilhões de anos é muito tempo!
O que levou os
cientistas a pensarem que o Universo tenha tido um começo?
O telescópio Hubble consegue captar a
luz de estrelas que mostra como elas eram a bilhões de
anos. Analisando a luz das estrelas, é possível saber a velocidade com que elas
estão se afastando ou se aproximando de nós, sua composição química, idade,
temperatura e massa, entre outros aspectos.
Os cientistas então descobriram algo inesperado: as galáxias estão se afastando
da Terra!
Para você entender melhor o que está acontecendo, faça
várias bolinhas de tinta com uma caneta sobre a borracha de uma bexiga (balão
de aniversário) e comece a soprar. Veja o que acontece com a distância entre as
marcas de tinta.
A análise da luz das estrelas mostra que as galáxias
estão se afastando uma das outras, assim como as marcas feitas na bexiga.
Isso acontece porque o Universo, como a bexiga de nosso exemplo, está se
expandindo.
Mas se eles estão se expandindo, podemos concluir que, no
passado as galáxias estavam mais próximas. Quanto mais voltarmos no tempo, mais
próximas elas estavam.
Podemos supor então um momento em que toda a matéria do
Universo estava compactada em um único ponto, infinitamente comprida em
temperaturas enormes. Foi então o que aconteceu o que os cientistas chamam de "a grande explosão"
ou, em inglês, o big-bang. Era o início do
Universo, que teria ocorrido há mais ou menos 15 bilhões de anos.
Depois da explosão, a temperatura inicial, que era de
mais de um trilhão de graus Celsius, começou a diminuir, e os átomos como
formam a matéria hoje, se originaram, a partir dos prótons, elétrons e outras
partículas.
Primeiro, os átomos se agruparam em nuvens de gases.
Cerca de um bilhão de anos depois, as primeiras estrelas e galáxias surgiram.
E antes do big-bang?
Os cientistas não sabem dizer. Como não havia nem tempo
nem espaço antes da grande explosão, alguns acham difícil afirmar que havia
alguma coisa anterior. Segundo eles, todo o Universo passou a existir só a
partir da grande explosão.
Mas a ciência ainda não tem uma resposta para essa
discussão. Como também não tem para o futuro do Universo.
Estrelas
As estrelas "nascem" a partir de
nebulosas constituídas, em grande parte, por gases, poeira e partículas
sólidas.
Os cientistas explicam que existe uma atração
recíproca entre as partículas de matéria que compõe a grande nuvem - a
nebulosa. Essa atração é denominada força de gravidade. Em razão da força de
gravidade, a matéria que constitui uma nebulosa se agrupa, compondo uma massa
compacta e formando os astros.
Alguns astros alcançam um tamanho gigantesco,
e a temperatura no seu interior é elevadíssima. A pressão e o aquecimento se
tornam tão intensos no centro desses astros que uma grande quantidade de
energia é liberada sob forma de calor e luz. Essa propriedade de produzir o
próprio calor e a própria luz é o que diferencia as estrelas dos planetas e de
outros astros.
O brilho das estrelas é produzido por parte
de sua energia, que se irradia pelo espaço sob a forma de luz. As estrelas não
duram para sempre. Elas "nascem", evoluem e "morrem". Esse
mesmo processo ocorre com o Sol, pois ele também é uma estrela.
A luz das estrelas
Pode parecer estranho, mas quando olhamos
para as estrelas, estamos vendo o passado delas. Se a estrela estiver bem
longe, bem longe mesmo, ela pode até nem mais existir da forma como a
conhecemos hoje - e inclusive ter se transformado em outro corpo celeste.
Quando observamos uma estrela, estamos captando a luz que ela emitiu para o
espaço. A luz é uma forma de energia que viaja com a incrível velocidade de
cerca de 300 mil quilômetros por segundo. Mas como a distância entre os corpos
celestes também é grande, pode levar um bom tempo para que a luz da estrela
chegue até nós.
A estrela mais próxima de nós, depois do Sol,
chamada Próxima do Centauro, está a uma distância de 40 trilhões de quilômetros
da Terra. Isso quer dizer que a luz dessa estrela leva cerca de 4,2 anos ou 4,2
anos-luz para chegar até aqui. Então quando observamos essa estrela, estamos
vendo, nesse momento, a luz que ela emitiu a 4,2 anos. Se, neste momento, essa
estrela deixasse de existir ela só "se apagaria", isto é, sua luz
deixaria de chegar até nós, daqui a 4,2 anos. Só então perceberíamos que ela
deixou de existir.
O brilho das estrelas é ofuscado durante o
dia pela luz do Sol que é a estrela mais perto da Terra. Por isso, percebemos
as estrelas no céu somente à noite, mas elas permanecem lá durante o dia.
Cor das estrelas
A olho nu, é difícil distinguir a cor das
estrelas. Em razão das grandes distâncias que elas estão de nós, a quantidade
de luz que chega aos nossos olhos é muito pequena e não percebemos cores quando
há pouca luz.
A cor das estrelas depende do calor que chega
do núcleo à superfície delas e tem, portanto, relação com a sua temperatura. As
estrelas com superfície mais quente apresentam cores branca ou azulada, e
aquelas de cor avermelhada são as que têm a superfície menos quente. Com o
telescópio é possível observar a cor das estrelas com mais nitidez.
Nas estrelas menos quentes, a temperatura da
superfície chega a 3 000ºC, enquanto nas mais quentes chega a 50 000ºC.
O Sol tem a cor amarelada e, comparado com as
outras estrelas, possui uma temperatura média.
Porque as estrelas piscam?
Olhando para o céu à noite, podemos ver que
os brilhos das estrelas mudam: elas "piscam". Mas estrelas estão
sempre emitindo a mesma luz. O piscar é provocado por mudanças no ar da
atmosfera que a luz atravessa.
As constelações
A posição de uma estrela em relação à outra
nos parece fixa. No entanto, as estrelas, estão se movendo, geralmente em
grande velocidade.
Em razão da imensa distância entre as
estrelas e nós, só é possível perceber essa movimentação com o uso de
instrumentos apropriados ou no decorrer de séculos.
Por parecer que as estrelas estão fixas no
céu, conseguimos imaginar agrupamento delas formando constelações. Nesses
agrupamentos, as estrelas parecem para nós que as observamos da Terra, estar
próximas entre si. Na verdade, elas podem estar muito distantes umas das outras,
às vezes separadas por dezenas de anos-luz.
Na constelação do Cruzeiro do Sul, por
exemplo, para o observador situado na Terra, as estrelas parecem formar uma
cruz. Mas, se um observador, localizado em outro ponto do espaço visse essa
constelação, provavelmente não conseguiria perceber a figura da cruz.
Durante o ano, percebemos o Cruzeiro do Sul
em diferentes posições com relação ao observador terrestre; no entanto sempre
mantém a mesma posição com relação às demais constelações. Na realidade, é a Terra
- nosso ponto de observação - que está se movimentando.
Os povos de várias civilizações observavam
que, na época em que suas terras áridas eram atacadas por pragas de escorpião,
um determinado conjunto de estrelas surgia no céu. Na imaginação deles, tratava-se
de um grande escorpião celeste. Baseados no surgimento da constelação de
Escorpião, os povos mesopotâmicos previam a época da seca.
As constelações serviam de referência para
delimitar as estações do ano, distinguir as épocas da seca e de plantio,
construir calendários e identificar estrela-guia para as navegações.
Os povos indígenas brasileiros, da mesma
forma que outros povos, imaginavam figuras no céu ao olhar para as estrelas.
Cada cultura tem as suas próprias constelações.
Oficialmente em 1888 os astrônomos agruparam
as estrelas e dividiram o céu em 88 constelações oficiais, com fronteiras
precisas. Desta forma, cada direção no céu pertence necessariamente a uma (e
apenas uma) delas. Elas foram batizadas, em sua maioria, de acordo com a tradição
proveniente da Grécia antiga, e seus nomes oficiais são sempre em latim. As
mais conhecidas, por exemplo, são as que compõem o Zodíaco: Áries (carneiro),
Taurus (o touro) etc.
As galáxias
Galáxia é um termo que se origina da palavra
gala, que significa "leite", em grego. Inicialmente, era a
denominação da nossa galáxia, a Via Láctea, e, depois, se generalizou como
denominação de todas as demais.
As galáxias são compostas por nuvens de gás e
poeira, um grande número de estrelas, planetas, cometas e asteroides e diversos
corpos celestes unidos pela ação da força gravitacional.
Numa noite estrelada, podemos ver uma faixa
esbranquiçada que corta o céu. Essa "faixa" de astros é apenas uma
parte da galáxia onde está localizado o planeta Terra. Os antigos a denominaram
Via Láctea, cujo significado em latim é "caminho de leite".
A Via Láctea pertence a um conjunto, ou seja,
um aglomerado de diversas galáxias. O Universo contém mais de 200 bilhões de
galáxias de tamanho e formas variadas. Há galáxias de forma elíptica, outras
são espirais e muitas são as galáxias irregulares, ou seja, que não tem forma
específica.
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