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terça-feira, 16 de abril de 2013

A Doutrina Bush e a Globalização.


     O MUNDO SOB A DOUTRINA BUSH E A GLOBALIZAÇÃO 

Super Bush

Humilhado no próprio território, o governo Bush proclamou o objetivo de reordenar o mundo para torná-lo mais seguro – do ponto de vista de Washington, claro. A Doutrina Bush, como ficaria conhecida a nova orientação estratégica, foi anunciada em setembro de 2002, um ano após os atentados ao World Trade Center e ao Pentágono. De acordo com essa visão, o mundo está entrando numa nova era cujo fator indeterminado é a esmagadora supremacia militar norte-americana. O orçamento anual de 400 bilhões de dólares, para gastos militares, aprovado em maio de 2003 pelo Senado norte-americano, é o maior entre todos os países do mundo. O país conta com uma superioridade esmagadora em armas nucleares, o domínio absoluto dos céus, a única marinha capaz de cobrir todos os oceanos e uma capacidade única de intervir em qualquer parte do mundo, de modo fulminante.

  

Com base nesse imenso poder de fogo, a Doutrina Bush não se limita a formar uma resposta ao terrorismo e aos regimes chamados de “fora-da-lei”, como o do Iraque de Saddam Hussein (antes da invasão) ou da ditadura comunista da Coréia do Norte. Seu objetivo é perpetuar uma posição dominante que só encontra paralelo nos grandes impérios do passado, como o persa e o romano. Os EUA se propõem, abertamente, a impedir o surgimento de qualquer outra potência capaz de desafiar sua liderança. O sistema internacional de tratados, normas e organizações multilaterais perde importância, subordinado aos interesses norte-americanos – por meio da força se necessário. A palavra de ordem é agir preventivamente contra qualquer inimigo em potencial, mesmo na inexistência de agressão prévia.
Também faz parte da Doutrina Bush uma nova postura em relação às armas nucleares. Desde o inicio da Guerra Fria, a bomba atômica era encarada como um recurso externo para defender o país ou algum aliado contra outra potencia nuclear. Agora o governo norte-americano se diz no direito de usá-la em qualquer conflito, mesmo contra nações proibidas de possuir esse tipo de arma por força do Tratado de Não Proliferação Nuclear, do qual o Brasil é um dos signatários (país membro).

MUDANÇA NO TOM DO DISCURSO

Há limites para aplicação do poder norte-americano. No mundo de hoje, as relações internacionais não são regidas apenas pela força militar. O tom do discurso muda quando estão em jogo interesses econômicos. Nesse campo os EUA compartilham o tabuleiro com dois competidores fortes: a União Européia e o Japão.  Em fóruns como o da Organização Mundial do Comércio (OMC), os representantes de Washington são obrigados a negociar de igual para igual com os japoneses e europeus. No terreno diplomático, o fracasso em conseguir o aval da ONU à invasão do Iraque mostra que nem a maior superpotência do planeta consegue sempre a concordância de todos. Aliados tradicionais, como a França e a Alemanha, resistem a ser tratados como subordinados. O antiamericanismo expresso nas grandes passeatas contra a guerra e no boicote aos produtos made in USA mostra discordância de parte da opinião pública. Fora dos próprios EUA, é muito difícil encontrar quem se sinta realmente confortável com a idéia do mundo dominado por um só país.


O PAPEL DA ONU


Os países em desenvolvimento querem fortalecer a entidade, seu único canal de expressão no contexto mundial. França e Federação Russa vêem na ONU um freio ao poderio dos EUA. Todos concordaram em rediscutir o papel do Congresso de Segurança. Ganha força a proposta de incluir mais integrantes permanentes: Japão, Alemanha, Irã, Índia, México e Brasil, com cadeira cativa sem direito de veto. Atualmente os cinco integrantes permanentes são: EUA, Federação Russa, Reino Unido, França e China. Segundo Richard Perle, um dos conselheiros mais influentes, afirma que após a guerra contra o Iraque, a ONU teria utilidade como repartição burocrática encarregada de missões humanitárias em tempos de paz.

A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA


Na passagem do século XX para o século XXI todas as pessoas falam em globalização. O mundo parece estar entrando numa nova era, na qual as velhas fronteiras econômicas e culturais se diluíram.
Em primeiro lugar, a globalização econômica. Nunca a economia dos países esteve tão interligada. Quando houve a crise econômica na Ásia e na Rússia em 1999, por exemplo, todos os países do planeta sentiram imediatamente.
Os países não produzem apenas para seus mercados internos, mas para o mercado mundial. Por exemplo, já estamos nos acostumando a comprar, aqui mesmo no Brasil, o trigo argentino, o automóvel alemão, a lâmpada canadense, o aparelho de TV coreano, o filme fotográfico mexicano, a camiseta chinesa, o disco de computador irlandês, a máquina de lavar norte-americana. Grande parte das empresas brasileiras pertence a investidores estrangeiros. São as chamadas multinacionais: Ford e Coca-cola (americanas), Volkswagen (alemã), Nestlé (Suíça), Parmalat (italiana), Philips (holandesa), Volvo (sueca). Algumas empresas brasileiras têm filiais na Argentina, no Uruguai e até nos EUA. Na Bolsa de Valores de São Paulo e do Rio de Janeiro são negociadas ações de empresas brasileiras. Muitas dessas ações são compradas e vendidas por investidores que jamais passaram no Brasil.
Os avanços da tecnologia globalizaram as informações e a cultura. Na tevê passam filmes e programas de muitos lugares do mundo. Nas tevês por assinaturas você pode acessar estrangeiros. Nas rádios e nos cinemas podemos ver e ouvir o planeta todo. Os microcomputadores estão interligados internacionalmente pela internet. A linguagem da internet é o inglês. A importância da Inglaterra no século XIX e dos EUA no século XX fez do inglês uma língua compreendida em todos os cantos. Os jovens de todos os países se tornaram muito parecidos: nas roupas, na diversão, nos sonhos de consumo, no relacionamento pessoal, nas perspectivas.
No passado, a Igreja tinha o poder de determinar o que era verdade. Nos séculos XIX e XX muitas pessoas acreditaram que esse poder tinha sido transferido, pelo menos em parte, para os cientistas. Mas será que no século XXI o poder de determinar a verdade não estará com a mídia, ou seja, com os grandes meios de comunicação, especialmente com os jornais e noticiários da televisão e da internet? O padre e o cientista não teriam dado lugar ao jornalista, ao apresentador, ao programador virtual?
Sem dúvidas, surgiram problemas novos e situações. Livre e rápida circulação de capitais e bens, principalmente nos países subdesenvolvidos. Assim, a Globalização apresenta aspectos positivos e negativosPositivos como: a mundialização dos inventos tecnológicos, a rapidez da informação, a maior a comunicação entre as culturas, democratização do conhecimento, imediata informação das descobertas cientificas, maior compreensão e absorção das culturas estrangeiras e a possibilidade de troca, o que favorece um clima de curiosidade e tolerância pelas diferenças. Negativos como: a perversa divisão social entre os “incluídos” socioeconômicos e “excluídos” que não tem acesso ou compreensão das sofisticadas tecnologias predominantemente nos países subdesenvolvidos.

                                                                                                    FONTES: Almanaque Abril, 2003.
SCHIMDT, Mário. História Crítica, 8ª Série
Imagens: Prof. Fabiano Camargo

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